Além de tosse e falta de ar, o coronavírus é a inflamação causada por ele pode danificar cérebro, rins, intestino e afetar outros órgãos, conheça os sintomas.
A ideia de que o a covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus
(Sars-coV-2), é um mal sistêmico já está relativamente bem estabelecida entre os profissionais ou seja. Seus estragos e seus sintomas não se limitam às vias aéreas e aos pulmões - boa parte do corpo pode ser afetada.
Confira alguns dos sinais iniciais do coronavírus:
. Coriza
. Dor de garganta
. Febre
.Falta de ar
. Dores musculares
.Cansaço
. Perda de olfato ou paladar
. Dores abdominais
. Vômito
. Diarreia
Por falta da baixa oxigenação no sangue, algumas pessoas podem apresentar confusão mental, irritabilidade, tontura, agitação e mal-estar, aponta João Prats, infectologista da BP- A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Isso ocorre nos casos mais avançados da doença, quando a função pulmonar já esta prejudicada, mesmo que a respiração em si pareça normal.
Vale destacar, antes de tudo, que a maioria dos casos da infecção é leve.
São aos que chamamos de pacientes oligossintomáticos, que quase não tem sintomas, ou os apresenta de maneira discreta, destaca Prats.
Como o coronavírus afeta outros órgãos
O adoecimento generalizado é evidente na pequena parcela da população que desenvolve versões grave da covid-19. O mecanismo mais conhecido até agora é a inflamação exacerbada ou ( tempestade inflamatória ) que algumas pessoas produzem como resposta ao vírus.
Nessa situação, uma molécula chamada citocina é liberada aos montes na circulação. Ela chega aos órgãos e inflama o endotélio, que é o revestimento dos vasos sanguíneos, " explica Bruno Neves", que é cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).
Há evidências de que o Sars-coV-2 também infecte diretamente as células do endotélio, que fazem a interface entre sangue dos tecidos corporais. E essas células estão praticamente no organismo todo.
Por tanto dá para raciocinar que, se o vírus, atua ali, poderia está em qualquer lugar, destaca Prets.
Complicações cardiovasculares
Outro mecanismo de ação sistêmica, que também tem a ver com o endotélio, é o risco elevado de formação de coágulos sanguíneos. Existe relatos de eventos sérios de trombose venosa embolia pulmonar, AVC e infartos nos portadores, além de micros trombos que afetam o fornecimento de sangue a determinado local.
Geralmente pessoas que ficam muito tempo no hospital, acamadas, já estão suscetíveis aos trombos. Mas temos visto que o covid-19 parece aumentar mais esse risco do seria esperado, comenta Neves.
Cérebro e sistema nervoso
Os efeitos neurológicos extrapolam a questão vascular. A doença pode deixar os nervos adoecidos e provocar danos no cérebro. Por isso certas pessoas, com quadro grave tem, depois da alta, fraqueza muscular e dificuldades para andar,comer, se equilibrar e realizar atividades cotidianas, destaca Prats.
Outra suspeita, a inda a ser esclarecida, é que o vírus infecte as células do sistema nervoso central. Já se sabe que os nervos do sistema periférico responsáveis por ofato e paladar, são prejudicados pelo Sars-coV-2,- daí a perda desses sentidos. Dois estudos ainda não publicados em revistas científicas, (o que diminui seu grau de confiabilidade), um norte-americano e um suíço, indicam que eles não atingem as células desses nervos em si, porém atacam, o ambiente ao redor, atrapalhando seu funcionamento.
Problema do coronavírus nos rins
Um estudo recente publicado no Jornal of the American Society of Nephrology, avaliou a literatura disponível sobre o assunto e destacou que casos severos de covid-19, estão ligados a um maior risco influência renal aguda, - quando esses órgãos de repente param de trabalhar.
Como o rins é responsável pela filtração do sangue, esse monte de substancias inflamatórias vai para lá, explica Prats, se o acontecimento for intenso, é preciso fazer hemodiálise. O quadro pode ser fatal.
Fora a inflamação, vale dizer que as células renais possuem mais receptores ACE2, do que os pulmões.
E daí? essas partículas servem de portas de entrada para o vírus, como destaca a publicação norte-americana.
Efeitos da covid-19 no intestino
Alguns trabalhos mostram uma alta incidência de queixas gastrointestinais, ex: um estudo retrospectivo francês, feito com 114 indivíduos e publicado no Clinics and Research in Hepatology and Gastroenterology , relata uma taxa de 50% de sintoma como diarreia. Aliás estima-se que cerca de 3% dos infectados pelo Sars-coV-2, apresentam somente alterações como vômito, náseas e diarreia - sem manifestações respiratórias.
Assim como vários tipos de coronavírus, ele parece ter atração especial pela parede do intestino, aponta Prats. Pois é, o órgão também tem receptores ACE2, que permite a entrada do vírus nas células.
Outra coisa é a parte dos nossos linfonodos, estruturas responsáveis pela produção de células contra infecções, está no intestino e na região do abdômen. Como a infecção inflama esses gânglios, é natural que haja um desconforto ali, completa o infectologista.
Sintomas do coronavírus na pele
Mais recentemente o Sars-coV-2 tem sido associado a problemas dermatológicos como vermelhidão generalizadas, e os já famosos dedos de covid, uma complicação em que os dedos em especial dos pés, ficam avermelhados e até arroxeados.
Até agora encontramos cerca de 600 casos de 12 padrões de manifestações cutâneas descritos na literatura médica., pontua Paulo Criado, coordenador do departamento de Medicina Interna da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB).
Como o número é pequeno perto do total de casos da doença, passando agora dos 4 milhões, não está claro se há uma relação direta com o vírus.
No momento sintomas dermatológicos não entraram nos guias oficiais. Muitas manifestações descritas podem ocorrer, inclusive como efeitos diversos como medicamentos usados no tratamento da covid-19, pontua Prats.
